sexta-feira, 8 de junho de 2018

Um artista




Anthony Quinn, ator de tantos filmes em Hollywood, nasceu em Chihuahua, no México, em 1915, e morreu em Boston, em 2001. Embora naturalizado americano, não cortou os laços com a sua terra. Parece ser esta uma das angústias que perseguem os artistas. Eles sentem-se estéreis quando esquecem o lugar onde nasceram.

Pouco antes de morrer, deixou registrada a forma como imaginava seus funerais. Queria que fossem na forma tradicional dos índios do seu país. Eles não enterravam nem cremavam seus mortos.

Pediu para ser levado em procissão por seus treze filhos ao alto de uma montanha e lá fosse deixado para servir de pasto às aves de rapina. Elas comeriam seu corpo que, depois de digerido pelos pássaros, seriam espalhados pelos mais longínquos territórios do seu país. Foi uma bela declaração de amor à pátria feito por alguém que em breve ia morrer.


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