quinta-feira, 21 de junho de 2018

Os loucos





Os loucos olham sem surpresa para o mundo. Seus olhos miram profundamente para dentro de si mesmos e não para o mundo exterior que lhes parece ilógico e absurdo. Mergulhar no fundo da loucura faz descobrir a essência do que não conhecemos, embora seja lá onde se encontra a vida que foge quando dela nos aproximamos.

Existimos como se fossemos o sonho de um gigante adormecido. Deus. A vida seria uma ficção porque nela tudo se transforma, adormece e muda. Só os loucos têm a certeza de que certas paisagens que se revelam são sinais de outra vida, paralela a esta que vivemos, contornada por dimensões desconhecidas. E onde  habita a morte, que só existe porque existe a vida.

Andar sob a claridade e nela avistar a escuridão que toda luz traz consigo. O pensamento estanca diante de uma parede opaca impossível de atravessar mesmo na fantasia de um sonho. A realidade intercepta a possibilidade de viver além das fantasias delirantes da memória e da ilusão do presente.


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