segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Um rio


Em plena luz do dia
entrevê-se o rio que deságua
lixo sobre as almas.

Antecipa a gênese do nada
em palavras guturais
de homem ou animal.

Retira suas roupas,
mistura-se às multidões
transformando ódios em desejos.

Desejos humanos
e de bichos: comer, amar e procriar
como procriam conchas, caracóis.

Nesta ausência de ruídos,
descobres em ti mesmo
a infinita dor de estar vivendo.


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