sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Estado e religião


A cidade ficou mais limpa, com o passar do primeiro turno das eleições. Os cartazes não chegam a colaborar com o lixo visual da paisagem mas a campanha política tomou um rumo surpreendente, mais suja nos seus temas, apesar da compunção religiosa que tomou conta dos discursos.

As igrejas parecem nada ter aprendido com a história das suas intervenções na política e das tragédias em que foram protagonistas na França, na Espanha e em toda a Europa medieval. O melhor exemplo da mistura ruim de Estado e religião está presente hoje nos países árabes. No Irã, uma ditadura carola mostra o resultado em um país dirigido pelo Corão.

Religião e repressão são palavras que, rimadas, acabam por se juntar no exercício do poder temporal. Talvez por isso a expressão igreja progressista tenha trazido consigo insanável contradição. Mais uma vez as igrejas mostram como são obtusas quando procuram tutelar os destinos do povo.

2 comentários:

Nanda Japi disse...

Pai, tenho muito orgulho de ser sua filha. Seus valores e princípios me emocionam.
Como sempre, texto perfeito.

Beijos,

Mario Dourado disse...

Celso,
Excelente texto, como sempre. Pensamento claro, perfeito. Nada a acrescentar. Apenas me assustar um pouco sobre como as religiões, em pleno século XXI, onde eu criança pensava que estaríamos com carros aéreos num mundo sem pobreza ou doenças, ainda se aproveitam tanto da ignorância do povo para prosperarem e imporem seu pensamento coberto de mofo. Ignorância, não pobreza, porque ainda prosperam mesmo nos nossos irmãos mais ricos do norte. E agora influenciam nas eleições brasileiras levando os candidatos a posições absurdamente conservadoras e ridículas pelo seu passado, por conta do medo de perderem votos no sermão de domingo.