Do branco areal do século XIX sobrou uma praia em forma de tripa que já não é tão branca. Cercada de morros, Copacabana abriga as contradições de um país contraditório. Na Avenida Atlântica, os ricos escutam o barulho do mar enquanto os pobres se espremem nas favelas dos morros dos Cabritos, São João e Santa Marta, os que se avistam daqui do Morro do Inhangá.
O Inhangá tinha antes uma enorme pedreira que foi demolida para abrir a Nossa Senhora de Copacabana e construirem o Edifício Chopin, ao lado do Copacabana Palace. O morro permanece, escondido por uma cerca de edifícios.
O quadro que ilustra a postagem é de Luiz Christophe, um artista de talento que nasceu no Rio, em 1863, e morreu em data desconhecida, depois de ficar cego e se retirado da vida artística. É a paisagem do Leme olhada da perspectiva do Morro do Inhangá. Dizem que a palavra Inganhá vem do tupi-guarani Anhangá e significa espírito ruim. Era em cima da pedra que os raios caiam durante as tempestades.
2 comentários:
Esse é um lugar fantástico, Celso. Na verdade, esse morro aí atrás é o Morro de São João, parte do Parque Estadual da Chacrinha, um pedaço da Mata Atlântica em Copacabana. De Inhangá só tem hoje a Agulhinha, que eu escalei muitas vezes. Leandro Cardoso, um biólogo/botânico, tem um sítio muito bom com muitas fotos e vídeos desse morro: http://ljtc.multiply.com/
Obrigado pelo link, Ismael.
Realmente fantástico.
Vu explorá-lo.
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