quinta-feira, 7 de julho de 2011

Um cão chamado Leitão


Ele trouxe afeto e companhia a quem precisava. Pouco pedia em troca e nos olhava demoradamente. Parecia procurar saber em que pensávamos, o que nos preocupava ou entristecia.

Durante anos fizemos companhia um ao outro. Sabíamos nos entender e nos comunicar um com o outro pelo simples olhar e nossos momentos foram divertidos e bons. Com as atribulações da vida, sofreu grande solidão quando foi praticamente abandonado nas montanhas. Fernanda o acolheu e amou e agora é quem mais sofre com a sua morte.

Nos últimos anos, teve vida sossegada e feliz mas a velhice aproximou-se com seus estragos. Sabemos que a morte só existe porque existe a vida mas não nos acostumamos à resignação.Vale homenageá-lo com a lembrança de um amigo que nos ensinou como uma simples presença pode nos fazer felizes.

3 comentários:

Mario Dourado disse...

Celso,
Lindo texto, bela homenagem ao seu amigo. Li com a Bella no colo, primeiro cochilando, depois lambendo meu braço. Como eles são amigos e carinhosos, companheiros desinteressados. Sinto muito pelo Leitão. Vida que segue, ficam as boas lembranças.

Bill Falcão disse...

Incrível como o Leitão era parecido com o meu cão Nick, que também morreu, no ano passado, com 12 anos, do coração. Nunca tive um cão, tinha até medo, só gostava de gatos, e fui encontrar logo um temperamental e inquieto como o Nick.
Como você diz no post, ainda não me conformo com sua morte. Não tem um dia em que não me lembre dele. Foi meu melhor amigo por dez anos. Por isso, entendo bem o que se passa com a Fernanda e vou dar um toque nela.
Aquele abraço!

Nanda Japi disse...

O pior é que a dor pela ausência dele ainda insite em ficar. Quanto tempo essa dor vira uma saudade doce, como disse uma amiga minha?