Allen Ginsberg diz num célebre poema que viu os melhores da
sua geração, famintos e nus, arrastando-se pelas ruas de um bairro miserável em
busca de uma droga violenta. Há quase sempre uma sina destrutiva liquidando os
melhores, quando não os acorrenta na paralisia de um limbo que acaba também por
destrui-los.
A brilhante geração perdida dos anos 1920 pagou o preço do
seu destino nos exemplos de alcoolismo, suicídio e degradação dos seus
expoentes. Nos anos sessenta/setenta, a nosso lado, vimos tantos que se
perderam na droga enquanto outros, torturados, presos, violentados por terem
sonhado em mudar o país e também o mundo. Alguns deles, em plena maturidade, renderam-se
e vieram a negar tudo em que acreditaram.
Destinos trágicos rondam a vida dos homens e costumam
acometer em primeiro lugar os expoentes de cada geração. Ernest Hemingway, o
mais brilhante da chamada geração perdida, disse que “aos que trazem coragem a
este mundo, o mundo precisa quebrá-los para conseguir eliminá-los, e é o que faz.
O mundo os quebra a todos”. E acrescentou que aos que não se deixam quebrar, o
mundo os mata. Mata os muito bons, os muito meigos, os muito bravos, indiferentemente.
Seu suicídio parece ter confirmado o que dizia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário