Uma aurora incendiada parece a chaga
de um crepúsculo sangrento,
como se a noite antecipasse o dia.
Os passos na rua são ritmos antigos,
maré de ventos soprando do deserto.
Os sonhos nadam numa argila escura,
espécie de lama a se espraiar nas
plantas
transformadas em brasas encarnadas.
A fumaça exala brumas, a paisagem
descobre uma vez mais o rosto
esmaecido.
A maré avança sobre os ritos, um
altar
feito de galhos queima e o
sacrifício
é como o respirar de quem morre
agonizando no nascer do dia.
Nem cânticos ou lamentos nem o
pranto
consolarão a noite e seus tormentos.
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