Estamos sob vigilância e nenhum dos nossos gestos e ações
passarão despercebidos pelo olho que tudo vê. São câmeras escondidas, vigias e
seguranças nas ruas, lojas e prédios da cidade. A vida perde sua singularidade e recato e se transforma no objeto em que tudo
é revelado.
O anonimato permitido pela grande cidade, em que vivem e
transitam multidões sem rosto, cedeu lugar a uma rede de imagens armazenadas
sobre os movimentos de cada um. A comunicação entre as pessoas passa por
controle de um interesse difuso na internet, no telefone ou na conversa das
esquinas.
A própria escuridão onde se escondiam os fugitivos foi
desvendada pelos instrumentos de visão noturna. Nenhum disfarce é capaz de
proteger as sombras e o homem pós-moderno sente-se incapaz de se refugiar em
sua própria solidão.
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