As manifestações humanas de loucura são formas de
enfrentamento e desafio diante do que talvez seja o mundo real. Assim como o
são a embriaguez, o sonho e a divagação sem os limites da lógica, na direção de
horizontes desconhecidos. Refugiar-se no mito, na religião e nas crenças
transcendentais são formas assumidas pela imaginação provocadas pela dúvida
sobre se existe a realidade, como tem sido descrita pela ciência.
A existência da arte, da poesia e da busca pela beleza, em
todas as suas formas, representam o confronto com o mundo que se convencionou
chamar de real. Assim como também o amor, sublimação do instinto sexual, cuja existência
garante a espécie e sua sobrevivência.
A exata noção do mundo como realidade, e não como vontade e
representação, seria insuportável para o ente humano, como atesta o legado dos
suicidas. Foi assim que o homem criou a arte, submeteu-se ao amor e mergulhou
no desconhecido.
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