Loteria, Van Gogh, 1882
Quanto mais alto o prêmio acumulado, maiores são as filas
pelas calçadas em frente às lojas da loteria. São os velhos e a gente pobre de
Copacabana tentando a sorte duas vezes por semana. E há também as lojas do Joquei, onde se assiste
pela tv e se aposta nos páreos que poderão trazer o instante de alegria.
Jogar é viver decepções alimentadas de sonho. Milhares contribuem
para o gozo de poucos, às vezes de um único vencedor que recebe o brinde do acaso.
Alguns procuram descobrir leis que regem as incertezas e desenvolvem teorias e
crenças que compõem a complexa
psicologia do jogador.
As apostas representam esperança no destino. Diante das
inúmeras casas de jogo, as filas crescem sob o sol destes dias de grande calor,
na crença de que a felicidade é possível. Pode estar oculta nas bolinhas do
sorteio, nas patas de um cavalo ou no talão do bicho do cambista perseguido
pela polícia e que está sempre sentado à porta do botequim.
Nenhum comentário:
Postar um comentário