Para os outros, ela é
apenas um gato, sem identidade ou nome, igual aos que andam pelos telhados e
pelas ruas e são perseguidos, torturados, apedrejados e mortos. Alguns para se
prestarem a couro de tamborim dos blocos de carnaval. Um vira-lata anônimo.
Para mim é Belinha, diminutivo de bela, a que possui a
beleza, a graça e a elegância dos felinos. Nossa convivência prova que pode
haver verdadeira amizade entre seres de espécies tão diferentes. Há uma
linguagem de entendimento e cumplicidade, olhares que expressam sentimentos,
sons que significam irritação, tranquilidade, amor ou fome.
E também a tristeza transmitida pelo olhar desses dias, ela
inapetente, tomada de fraqueza, silenciosa, às vezes irritada pelos remédios
que tem de tomar contra a vontade. E a presença de um sentimento que nos diz, a
ela e a mim, de que estamos vivendo os últimos dias da vida que tivemos em
comum e que celebrou nossa amizade.
Um comentário:
Celso, fique com meu abraço de solidariedade.
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