Quarenta quilômetros, alguns séculos e diferentes
histórias separam Moissac de Montauban. Esta última é um bastião protestante
dentro de um país católico. A outra vive de sua tradição de ponto de parada
obrigatório dos peregrinos que passam pela França em busca de Santiago de
Compostela. Tão próximas, tão diferentes. O ocre das paredes de Montauban, suas
ruas modernas, contrastam com o peso das construções medievais de Moissac.
A história de Montauban está ligada ao
espírito da reforma de Lutero, à austeridade do lema “laborare est orare”, o
trabalho é uma forma de oração. Moissac viveu sempre da adoração mística de
Deus e este seria o destino do homem na face da Terra, na concepção dos santos
filósofos Agostinho e Tomás de Aquino.
Ambas são belas a sua maneira, cada uma expressa
uma forma de beleza segundo a estranha visão dialética da natureza humana. A
procura de ascender espiritualmente pelo
trabalho ou pela concentração no entendimento do mundo pela atividade mística
que poderia explicar a essência do divino. Por causa disso são diferentes e por
isso foram inimigas quando os homens se matavam pelo amor de Deus.
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