domingo, 18 de agosto de 2013

Manhã de agosto

Passeio por Copacabana mas não vejo o glamour que atrai tanta gente do mundo nos meses de verão. Na esquina da minha rua, três adolescentes ainda dormem sobre pedaços de papelão, debaixo da marquise, enrolados em cobertores. Faz frio. São poucos os mendigos pedintes, devem ter se transferido para outro lugar da cidade.

Na praia, grupos de miseráveis recolhem cobertores, procuram levantar-se, alguns de olhos quase fechados da ressaca provocada pela cachaça ruim, muito barata, vendida nos supermercados.  Algumas garrafas vazias estão jogadas ao lado e me pergunto se os fiscais da Prefeitura vão aplicar as multas previstas na nova postura para quem jogar lixo na rua.


Grupos de meninos sujos e magros misturam-se aos caminhantes e corredores das primeiras horas do dia. Cheiram cola. Alguns meio sonâmbulos devem ter feito uso de crack. A miséria é uma sombra que se destaca na chuva fina que cobre o bairro e escurece esta manhã de agosto.