A consciência da finitude se dá pelo testemunho do que morre
em torno de nós. Plantas, animais, amigos, o próprio dia que morre no
crespúsculo para renascer amanhã, mas que não será o mesmo dia. Será diferente,
tão diferente que talvez venha a destruir a ilusão de equilíbrio de um mundo em
eterna transição.
Nada será como antes
parece um slogan apropriado para cada novo dia. É um lugar comum como o de que
o mesmo rio nunca passa embaixo da mesma ponte. E o fato de que amanhã não
seremos os mesmos que somos hoje, pois envelheceremos e os acontecimentos
estarão cada vez mais distantes da nossa vontade.
Quando se é muito jovem, um sentido da permanência das
coisas nos acompanha e somos incapazes de imaginar o fim de tudo, pois vivemos
numa realidade em processo, acontecendo. E existirá sempre uma luta do homem com
seu destino, aquela que Hemingway percebeu ao compreender a simbologia das corridas
de touros, um confronto travado contra si mesmo no qual ele foi derrotado.
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