A esperança perecera e nada havia no horizonte
a não ser bruma e lodo, estilhaços perdidos
em paisagens espremidas entre os muros.
Alucinações decalcadas de frutos
perseguiam rastros de pardais,
pássaros urbanos sobrevoando os monturos.
Cedo nos despimos de nossa nostalgia
e o tédio de existir nos relembrava
a sede, mais que fome; o ódio, mais que espera.
Guardei no pensamento uma palavra
que nada nos dizia e sempre a repetia
como um carrossel girando em rolamentos.
As palavras são ruídos, com pedras atiradas
que se chocam e sons que se propagam
no âmbito de quadros carentes de harmonia.
Misturam-se com as cores desenhadas
no caos de tons noturnos, na configuração
dos espaços violentamente limitados.
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