Crianças imaginativas costumam pensar que em algum lugar do
universo haverá um duplo. Alguém igual a elas, que pensa e age como elas de idêntica
maneira. O mito de uma vida paralela encontra-se também na busca da ciência por
um planeta igual ao nosso, com a mesma atmosfera onde a vida floresceria tal
qual a conhecemos.
Haveria uma outra existência ao lado da vida que vivemos. Nesta
aparente percepção estaria a origem da arte, da religião, da criatividade e da
loucura. E também da mentira, que é algo que não existe mas que passa a existir
numa narrativa da imaginação. Somos porque pensamos, logo podemos duvidar da
realidade. O real pode não existir, somos apenas o sonho dentro de um sonho.
Nossa existência seria, portanto, o produto do sonho de uma entidade
adormecida em algum lugar perdido no cosmos. Somos, quem sabe, apenas o sonho
de Deus ou um pesadelo no qual íncubos e súcubos atravessam nosso caminho,
olham para dentro dos nossos olhos e nos impedem de enxergar a vida, nossa
vida, a própria realidade e o mundo que talvez sequer exista na forma em que o
vemos.
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