A luta pelo poder é inerente aos grupamentos humanos e também realidade nos rebanhos, matilhas e toda forma de convívio animal. Mais do que dinheiro, tem sido o móvel das lideranças que surgem na sociedade. Nada seduz mais do que a capacidade de obrigar os outros a fazer ou deixar de fazer alguma coisa, mesmo contra a própria vontade. E assim ocorrem os dramas sociais e também as grandes tragédias subjetivas, como Shakespeare mostrou em Hamlet, Macbeth, Julio Cesar e outras histórias do poder que ele contou de forma admirável.
Os ingredientes da luta e do próprio exercício do poder são a traição e a intriga, a inveja e o ódio, a corrupção e a vingança estimulados pela ambição e as fraquezas humanas. Como o poder político é a sua forma mais absoluta, na sua conquista expõem-se as misérias que afligem a condição humana. O crime, o suicídio, o genocídio e a prática de torturar fisicamente os adversários manifestam sua presença. A política é a forma superior de exercício do poder mas também conduz à danação, à derrota e à loucura.
Abraham Lincoln disse que, para julgar o caráter de um homem, basta lhe dar qualquer parcela de poder. E para Erich Fromm a ânsia de poder não tem origem na força mas na fraqueza.Em seu desejo de conquistar a supremacia e a glória, os poderosos recebem de Miguel de Unamuno o aviso de que toda vida, ao final, é um fracasso. Em sua obra, Unamuno tentou dar sentido aos paradoxos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário