Há o desejo de vida nas manhãs, diante da claridade, o sol
se sobrepondo sobre qualquer réstea de sombra. É como se procura evitar a
solidão da noite, pois a escuridão é onde habitam as ameaças, o desconhecido e
os grandes segredos irrevelados. A tarde é o tempo que se desvanece e morre,
acompanha o lento apagar do dia.
Tantas vezes se comparou a aurora e seu trajeto à vida
humana. As manhãs seriam a imagem refletida da infância dos homens e a noite a
metáfora da morte após o lento desfilar da tarde. As mudanças do tempo, os
perigos do clima, tempestades elétricas, trovões, o anoitecer em pleno dia
seriam representações dos dissabores humanos.
Assim como a luz do sol depois de nuvens sombrias simbolizariam
o renascer de esperanças. O recomeçar na densa umidade das fortes chuvas ainda presentes na memória de todos – a perigosa
aventura de viver num planeta inacabado, onde se revezam as ameaças das
inundações e dos estios.
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