Na noite profunda e escura da alma são sempre três horas da
manhã, definiu Scott Fitzgerald. A escuridão levou-o a abusar do álcool depois
de ter conhecido a fama, a glória e um casamento desastroso. Sua vida, como a
de outros grandes artistas, estava destinada a transitar sempre pelo lado negro
do mundo.
Os artistas não estão destinados à felicidade, parecem dizer
as biografias. As grandes obras são maiores quando criadas nos porões da alma e
da depressão emocional. Poe morreu na miséria declamando ‘O Corvo’ nos
botequins de Baltimore, Álvares de Azevedo sufocado pela hemoptise, Dostoievski
passou quatro anos preso nas masmorras da Sibéria para morrer em São
Petersburgo sufocado por um enfisema. Hemingway matou-se.
Os artistas não são felizes. Suas almas estão condenadas a sobreviver
nas madrugadas onde os relógios estão parados na marca das três horas e para
sempre na escuridão.
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