Sento-me ao botequim e um apanhador de latas se aproxima e pede para lhe pagar um refrigerante e algo para comer. Pouco depois uma criança procura me vender balas e, com a dispensa, pede algum dinheiro. Marquinhos, o maluco da vizinhança, passa tentando cantar alguma coisa que ouvia no rádio mudo que traz sempre ao ouvido.
Passam as meninas na volta da praia, de pernas bronzeadas, vestimentas curtas. O calor parece se aproximar nesta primavera e depois mais uma vez desaparece. As praias estão cheias nos dias ensolarados e os turistas ainda não chegaram. Passa o homem gordo com seu filho que tem paralisia e anda com dificuldade. A velhinha vem depois, lenta, apoiada em sua bengala.
A mulher de meia idade também vem da praia. Deve ter sido bonita quando jovem. Tem a pele enegrecida e ressecada de sol, como costuma ser a pele das mulheres de meia idade em Copacabana. Começou a ventar forte, passa um pequeno grupo que comenta o tiroteio no morro do Cantagalo. A vida passa lenta antes da chegada do verão que se aproxima e será mais uma vez muito quente, incerto e violento
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