Naquele tempo havia trens e crianças que olhavam pela janela procurando entender as viagens cheias de segredos. O mundo se revelava enquanto se ouvia o barulho das rodas sobre os trilhos. O menino distante abria os olhos e procurava mante-los abertos para nada perder da paisagem: ora campos vazios, casebres à margem da linha, bois sobre campos verdes, ora outros meninos ao lado dos trilhos olhavam a passagem dos trens.
A descoberta era a alegria da surpresa e o mundo desfilava suas formas que mudavam no decorrer dos minutos, o céu transformava suas nuvens enquanto pássaros negros passavam na velocidade do vento. As cidades pequenas, iguais, despertava a imaginação sobre quem nelas vivia, como era a vida em seus becos e vielas. As enormes fazendas exibiam suas terras.
O barulho do trem permanecia durante muito tempo depois da viagem. Ao fechar os olhos, ouvia de novo o barulho, o grito desesperado dos apitos que parecia continuar pelos ares. Como compreender toda a complicação do mundo? Como seriam os homens, mulheres e meninos naquela imensidão de recantos desconhecidos e quem sabe, até, se Deus?
Um comentário:
_*Essas reminiscências, colocadas dessa forma com aromas, gostos e jeito bom, fazem a gente ver, sim, esse tempo quase sem respirar..., e quase sem palavras, resumo assim: Faz um bem enorme!*_
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