Quatro milhões de africanos foram trazidos para o Brasil
como escravos. Seus donos tinham o direito de matá-los, se assim o quisessem. Muitos
o fizeram. Em Canudos, vinte mil sertanejos foram massacrados pelas tropas
federais. O genocídio praticado pelos turcos contra os armênios deixou mais de
um milhão de mortos. Os belgas mataram dez milhões de pessoas durante a
ocupação do Congo.
A história do mundo é uma sucessão de crimes praticados pelo
homem contra o homem. Não é preciso falar em combates de guerra para medir o
grau de violência na natureza da humanidade. A vida diária expõe o desejo de
matar, o homicídio é mais ameaçador do que as doenças como causa de morte entre
os animais racionais.
Da sucessão de genocídios, alguns foram esquecidos. Ficou forte
na memória histórica o holocausto judeu, noticiado e analisado em todas as suas
formas de violência brutal. Foi também a prova final da falência da humanidade.
Escrita na parede em um campo de concentração, encontrou-se uma frase que
ficará gravada na má consciência do nosso tempo: “se existe um Deus, ele terá
de implorar pelo meu perdão”.
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