Durante os carnavais eles se reuniam no bar da esquina, os
quatro velhinhos gays, para a sua melhor diversão: acompanhar com o olhar os
rapazes que passavam em direção à praia. Levantavam-se para ver os pequenos
blocos evoluindo na Barata Ribeiro. Bebiam e riam, um riso cúmplice entre eles,
malicioso e divertido.
Não os vejo mais. O último deles andava com uma acompanhante
que o vigiava quando sentavam-se os dois à mesa do botequim. Provavelmente para
não deixa-lo beber nada que não fosse um refrigerante. Há muito que também não
o vejo. Os outros três haviam sumido aos poucos, a intervalos de tempo cada vez
menores.
Viveram tempos alegres. Ou então sabiam onde descobrir
alegria. Olhar para o carnaval da juventude parece que tinha esse poder sobre
aqueles velhos nos derradeiros tempos de suas vidas que, de alguma forma,
souberam como viver.
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