A mística do Oriente dá importância ao hábito de se dedicar
algum tempo à meditação. O homem, animal social, desenvolveu a necessidade do
permanente contato com seus semelhantes e aprendeu a depender dos outros. Desde
a antiguidade existe o enunciado latino “ubi homine, ibi societas”, ou seja,
onde existir o homem existirá a sociedade.
Meditar é uma forma de se apartar e mergulhar no mundo
paralelo das próprias intuições, calar-se, dedicar-se aos pensamentos e avaliar
a dimensão da própria intimidade. Quanto mais profundamente nos vemos, menos há
necessidade das fantasias que elaboramos para enfrentar a realidade. Passo a
passo, podemos avançar, pisar leve, aproximar-nos da essência das coisas do
mundo.
Ao ficarmos sozinhos, às vezes estamos em má companhia. Pois
é quando a verdade aparece como um fantasma noturno. Aceitar e compreender o
que a meditação traz à superfície é o caminho da sabedoria, dizem os filósofos
orientais. Para isso, há que vencer as barreiras construídas pelas defesas interiores.
Nem todos conseguem suportar o que se vê no espelho profundo da alma.
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