segunda-feira, 8 de junho de 2015

Vidas passadas

Quando nos conhecemos, eu tinha vinte anos e Doka já passara dos sessenta. Mas a diferença de idade não impedia que fossemos amigos. Talvez eu fosse mais velho nas minhas emoções e ele mais jovem nas suas. Foi Doka quem me falou de suas vidas passadas.

Ele não acreditava em reencarnação mas que uma vida comporta muitas outras vidas que se sucedem quando você morre e torna a viver de novo. Exemplificava com seus casamentos. Ao fim de cada um, me dizia, era como se a vida tivesse terminado em meio de angústia e perdição.  Mas tornara a amar de novo. E uma vez mais renascera.


Dizia também que temos uma vida na infância, outra quando adolescentes e que são vidas diferentes da vida de um adulto. Morre-se muitas vezes e torna-se a viver. Das vidas passadas, me dizia, fica apenas a memória infinita e às vezes dolorosa das coisas findas.

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