Há cidades que morrem assassinadas. A construção desordenada
dos edifícios, a derrubada de monumentos e a aparição de monstros
arquitetônicos destroem sua personalidade. A pobreza, a ocupação das regiões
centrais pela miséria descaracterizam a paisagem urbana, inauguram lugares
tristes.
As cidades se movem, os velhos centros são abandonados e
surgem outras regiões para onde as pessoas se mudam, como aconteceu no Recife,
que se mudou para a praia. No Rio de Janeiro, as praias começaram a ser habitadas
no século 20. Tantos bairros que foram chamados nobres deterioram-se e são
esquecidos, neles nada mais acontece.
As cidades refletem o pensamento do tempo em que vivem, sua riqueza
ou sua miséria. E também a mentalidade da sua época. Costumam perder-se, se não
são amadas pelos que nelas vivem. Quando ricas, transpõem para seus edifícios o
exibicionismo de seus milionários. Pobres, expõem sua tristeza, a violência e o
caos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário