sábado, 20 de junho de 2015

Cidades

Há cidades que morrem assassinadas. A construção desordenada dos edifícios, a derrubada de monumentos e a aparição de monstros arquitetônicos destroem sua personalidade. A pobreza, a ocupação das regiões centrais pela miséria descaracterizam a paisagem urbana, inauguram lugares tristes.

As cidades se movem, os velhos centros são abandonados e surgem outras regiões para onde as pessoas se mudam, como aconteceu no Recife, que se mudou para a praia. No Rio de Janeiro, as praias começaram a ser habitadas no século 20. Tantos bairros que foram chamados nobres deterioram-se e são esquecidos, neles nada mais acontece.


As cidades refletem o pensamento do tempo em que vivem, sua riqueza ou sua miséria. E também a mentalidade da sua época. Costumam perder-se, se não são amadas pelos que nelas vivem. Quando ricas, transpõem para seus edifícios o exibicionismo de seus milionários. Pobres, expõem sua tristeza, a violência e o caos.

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