Tempos depois, acho que eu já tinha trinta anos, retomei a
história que não terminara e vi que o protagonista continuava assistindo o
desfilar daquelas personagens, cada vez mais estranhas. Mas eram parecidas com
ele próprio e ele não queria aceitar que aqueles tipos eram apenas a
representação de si mesmo.
Faz alguns dias achei a história que eu não terminara
perdida numa gaveta e o homem havia mudado, na tentativa de incorporar os tipos que durante tanto tempo desfilavam diante de si. As personagens estavam
diferentes, haviam envelhecido e recusavam-se a continuar interpretando as faces
diversas de quem as olhava, não conseguia entendê-las e mesmo assim procurava
dirigi-las.
Nenhum comentário:
Postar um comentário