Há muitas gerações o homem vive na crença de que existem o
Bem e o Mal. A vida seria a eterna luta entre essas forças que se contradizem e
se destroem. E o destino do mundo garantiria ao fim a vitória do Bem. Assim
professam as religiões, anunciam as Escrituras e é por esses caminhos que os
crentes percorrem a jornada da vida.
A humanidade tem no entanto assistido a conflitos em que só
consegue identificar a presença do Mal, suas sombras, pranto, miséria e fome. E
começa a desconfiar das promessas de vitória do Bem. Deus, que garantiria o
destino sagrado do homem, invocado em todas as esperanças, teria falhado. Nas
trevas de Auschwitz, estava escrito numa parede: se existe um Deus, ele haverá
de implorar pelo meu perdão.
No sofrimento de tempos negros, o homem duvida de Deus. Nada
garante ou afirma sua existência. E Deus é o último refúgio negado antes do
mergulho no inferno da desesperança.
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