José levantava-se cedo e mergulhava nas águas frias do mar tranquilo. Depois corria pela praia até o marco das casuarinas, alem da fumaça da usina, onde ainda não se avistava o fim daquela imensa paisagem. Não tinha companhia nas areias desertas, apenas a das gaivotas e outros pássaros pescadores que naquela hora mergulhavam em busca de comida.
Nuvens muito brancas misturavam-se com o verde das águas e continuavam a desenhar seus formatos sopradas pelo vento que mudava de direção e tangia aquelas nuvens. Um peixe saltava além da quebrada das ondas, perseguido pelos golfinhos que cercavam e devoravam cardumes. Era a selvagem lei do mar, pensava José.
Nos fins de tarde, um raro por de sol mergulhava lá adiante, na linha do horizonte marcado pelo fim do mar alcançado pela vista. A esta hora as crianças corriam na areia molhada banhada pelas ondas. Pensamentos nostálgicos lhe acudiam, mas eram bons e vinham acompanhados de pequenas alegrias. Muitos anos depois, dizia José que havia vento, havia nuvens, as crianças corriam e havia manhãs, naquele tempo.
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