Os pássaros voam na paisagem que se estende na planície até onde os olhos podem ver. Unidos,
movimentam-se em largos bandos, como uma sombra que assume formas diferentes no
ar. São negros, passam rápidos e as imagens que desenham no céu parecem breves momentos
esculpidos pelo sopro do vento. Divertem-se, fogem, voam, revoluteiam.
Pergunto que aves são aquelas e os que estão ali não sabem o
seu nome, apenas uma criança balbucia uma palavra – estorninhos - que na hora não
entendo e que torna a repetir mas ainda uma vez e não consigo compreender. A
mancha negra se move no horizonte e rapidamente volta ao ponto em cima de onde estou
na companhia de algumas pessoas e da criança que tenta me dizer o nome daqueles
pássaros. Todos olhamos para o céu.
Uma mulher grita algo, emite um som agudo e se cala. Os que
acompanhamos o vôo daquela sombra estamos
em silêncio observando a grande mancha semovente. Agora, ela esboça o formato
de um labirinto, em seguida desenha olhos assombrados no rosto do sol poente,
como se ele, o sol, se afogasse nas nuvens sombrias em que aos poucos vai mergulhando.
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