segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Estorninhos


Os pássaros voam na paisagem que se estende  na planície até onde os olhos podem ver. Unidos, movimentam-se em largos bandos, como uma sombra que assume formas diferentes no ar. São negros, passam rápidos e as imagens que desenham no céu parecem breves momentos esculpidos pelo sopro do vento. Divertem-se, fogem, voam, revoluteiam.

Pergunto que aves são aquelas e os que estão ali não sabem o seu nome, apenas uma criança balbucia uma palavra – estorninhos - que na hora não entendo e que torna a repetir mas ainda uma vez e não consigo compreender. A mancha negra se move no horizonte e rapidamente volta ao ponto em cima de onde estou na companhia de algumas pessoas e da criança que tenta me dizer o nome daqueles pássaros. Todos olhamos para o céu.


Uma mulher grita algo, emite um som agudo e se cala. Os que acompanhamos o vôo daquela sombra  estamos em silêncio observando a grande mancha semovente. Agora, ela esboça o formato de um labirinto, em seguida desenha olhos assombrados no rosto do sol poente, como se ele, o sol, se afogasse nas nuvens sombrias em que aos poucos vai mergulhando.

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