Em Grande Sertão:
Veredas, sua obra prima, Guimarães Rosa disse pela boca de um personagem
que viver é muito perigoso. E acrescentou que Deus mesmo, quando vier, que venha armado. Ele
falava de tempos violentos em um mundo de jagunços e mandantes, bandos soltos
num sertão onde a lei era a de quem ganhava o poder pelas armas. A história do
mundo é a história da violência.
Houve um tempo em que o pensamento humano que se fundamentava
na ética acreditou o contrário. O homem, naturalmente bom, seria corrompido pela
sociedade e Rousseau divulgou o mito do bom selvagem. Distante dessa utopia, o
espetáculo dos massacres, a tortura, os genocídios e linchamentos, o horror
como contraponto da história da humanidade desmentiam Rousseau.
O palco moderno da violência encontra-se nas grandes
cidades, em todos os países, nas regiões do planeta onde as guerras são
fomentadas por razões de mercado e a civilização expõe o seu fracasso. O homem
é sempre o lobo do homem e em qualquer tempo ou espaço do mundo, Deus, se aqui vier,
que venha armado.
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