Topo com Marquinhos fazendo um discurso no meio da confusão
da Barata Ribeiro. Em sua loucura, com sua linguagem indecifrável, ele
gesticula e olha fixamente, com expressão muito grave, para algum ponto no
horizonte dos edifícios. Acho que consigo compreender algo do que dizia:
”...então eu disse pra ela!...”
Continuo a andar sem saber o que ele teria dito para ela. No
seu delírio, falava com alguém, contava algo importante e não se dava conta de
nada em seu entorno. Não estava ali, na calçada movimentada de uma das principais ruas de Copacabana.
Refugiava-se na sua vida paralela, movimentada e dura.
Continuei minha caminhada, a essa altura pensando que todos
temos nosso mundo interior de fantasias, temores, fantasmas, euforia e de caos
que só se revela nos sonhos. Um limite muito tênue nos impede de viver, como
Marquinhos, o lado escuro que nega a lucidez do pensamento, que é outra
fantasia a nos habitar na turbulenta relação com o mundo tal qual o imaginamos.
Um comentário:
Duas coisas boas ao mesmo tempo, uma decorrente da outra: achar seu blog e ler sobre o Marquinhos.
Seguramente você conhece "O Alienista". Pois é... De vez em quando dá uma inveja...
Que bom reencontrá-lo, meu amigo. Um abraço de seu sempre admirador
B.Piropo
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