Entre os mitos que a humanidade acalenta, a felicidade
talvez seja o mais recorrente. O desejo de se distanciar das limitações, da
submissão diante do inesperado que se
abriga no desconhecido. Sonho do paraiso perdido, objeto de intensa angústia,
terreno habitado por fantasias insondáveis.
O homem é o único animal com a certeza da morte e compensa
seu desespero com as esperanças cultivadas. E com o refúgio no absoluto que as
religiões e as crenças às vezes proporcionam.
O mito de ser feliz está presente nas mais profundas
aspirações, nos votos, saudações de aniversário e ano novo, nas flores jogadas
ao mar e também nas despedidas e nos acalantos. Os homens buscam a felicidade
de maneira tão intensa que a decepção acaba por torná-los mais infelizes.
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