quarta-feira, 31 de julho de 2013

A rotina

Aos poucos, Copacabana retoma sua rotina e é devolvida a seus habitantes. Passou o furacão religioso. O trânsito volta a sua loucura habitual e as ruas, que ficaram por quase uma semana vazias de automóveis e cheias de gente, exalam mais uma vez o seu cheiro de gás carbônico.

De manhã bem cedo, Marquinhos, o maluco da vizinhança, passou em passos rápidos, quase correndo, recitando em seu linguajar confuso algo sobre a vida, como se desse conselhos a alguém imaginário. Pequenos grupos de peregrinos estrangeiros ainda estão por aí tentando usufruir de uma réstea de sol neste inverno frio.

O homem que bebe cerveja estava novamente a postos no botequim, às sete horas da manhã. Olhava os passantes. Um dos quatro velhinhos gays passava com uma bolsa enorme na direção do supermercado e os jogadores de dama da praça Campos da Paz começavam suas partidas que vão até à noite. Os bares lavam o chão, desmontam-se os palcos que serviram aos rituais do Papa.


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