quinta-feira, 28 de março de 2013

O homem prisioneiro



O impulso de sobrevivência, que deu ao homem condições para permanecer na Terra, foi sempre paralelo a seu desejo de afirmação pessoal. A visão subjetiva do mundo plantou-lhe na alma o instinto da liberdade e de não se submeter à escravidão, ao domínio de outrem, a tudo que lhe impeça de procurar a felicidade, este mito que mantém acesa a centelha da vida humana.

Viver em sociedade – “minha liberdade acaba quando começa a liberdade do outro”- limitou os espaços de afirmação pessoal dando lugar ao conformismo dos habitantes urbanos. A concentração dos poderes nas mãos de poucos provocou um novo tipo de submissão coletiva em que as órdens são transmitidas por mecanismos midiáticos onipresentes.

A internet veio significar o único, derradeiro território em que se dá a presença humana em toda a sua complexidade e também onde se pratica o exercício da liberdade que restou. O homem nunca foi tão prisioneiro, diante de um poder centralizado em oligopólios e oligarquias que lhe estabelecem limites. Mas tem diante de si espaço e meios para fortalecer a eterna luta por sua própria libertação.

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