O impulso de sobrevivência, que deu ao homem condições para permanecer
na Terra, foi sempre paralelo a seu desejo de afirmação pessoal. A visão
subjetiva do mundo plantou-lhe na alma o instinto da liberdade e de não se
submeter à escravidão, ao domínio de outrem, a tudo que lhe impeça de procurar
a felicidade, este mito que mantém acesa a centelha da vida humana.
Viver em sociedade – “minha liberdade acaba quando começa a
liberdade do outro”- limitou os espaços de afirmação pessoal dando lugar ao
conformismo dos habitantes urbanos. A concentração dos poderes nas mãos de
poucos provocou um novo tipo de submissão coletiva em que as órdens são
transmitidas por mecanismos midiáticos onipresentes.
A internet veio significar o único, derradeiro território em
que se dá a presença humana em toda a sua complexidade e também onde se pratica
o exercício da liberdade que restou. O homem nunca foi tão prisioneiro, diante
de um poder centralizado em oligopólios e oligarquias que lhe estabelecem limites.
Mas tem diante de si espaço e meios para fortalecer a eterna luta por sua
própria libertação.
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