sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Panfletos



Entre a Constante Ramos e a Paula Freitas, enquanto ando pela Nossa Senhora de Copacabana, recolho trinta e dois panfletos diferentes das mãos de trinta e dois homens, mulheres e adolescentes. Neste subemprego, eles passam o dia tentando enfiar nas mãos de quem passa o recado publicitário de quem os conttratou. Pouca gente aceita receber, alguns recusam com impaciência.

A maioria dos panfletos é patrocinada por comerciantes de ouro e jóias, anunciando a compra pelo melhor preço. Alguns prometem cobrir qualquer oferta, outros advertem contra as avaliações enganosas dos concorrentes.

Mãe Cecilia de Bessem, que anuncia consultório com buzios e cartas na Marques de Abrantes, promete mais do que o valor material que ouro e joias podem proporcionar. Ela pede para não ser confundida com outras porque tem 50 anos de Santo.  E vende felicidade, simplesmente.  Seu panfleto, distribuido por um garoto magro e triste, garante ainda a conquista da pessoa amada em 3 dias. E você pode amarrrar a quem ama por 7, 14 ou 21 anos.

Um comentário:

Celso Japiassu disse...

Um comentário deixado no Google Plus por Deocleciano Moura Faião complementa esta postagem:

"São trinta reais que eles ganham por dia sem almoço, moram geralmente na Baixada, pegam às 6h em ponto, largam às 19h, de duas em duas tem um fiscal para ver se estão entregando, e só vão receber a primeira semana na outra quinta-feira, e tem que ter conta corrente, este é um mercado de emprego; ali na Senador Furtado tem um escritório. Passe lá na segunda-feira para vêr a quantidade de mulheres."