Às seis e meia da manhã, o termômetro marca 31 graus
anunciando mais um dia de calor humilhante. Ao lado do calçadão, debaixo dos
pequenos coqueirais, grupos de moradores de rua começam a despertar e arrumar
seus apetrechos miseráveis. Espalha-se no ar o adocicado aroma de maconha, duas
moças que caminhavam têm medo e se afastam.
Num dos bancos, três meninos cheiram cola, outros três
caminham vagarosamente em seu passeio matinal de rapinagem. Focam o olhar nos
turistas – fáceis de reconhecer – e um deles olha com atenção para os tênis dos
atletas do calçadão.
Copacabana, como sempre, não está incluida entre as praias
impróprias ao banho de mar, ao contrário de Flamengo, Botafogo, Urca, Ipanema,
Leblon, Vidigal, Pepino, São Conrado, Barra e Pontal. Todas vetadas por causa
da poluição de sempre mais a que foi deixada pelo carnaval.
A areia está suja, há muito lixo. O dia está claro, vento de
noroeste entre 5 e 25 quilômetros, ondas de meio metro, lua em crescente, a
sensação térmica de hoje vai bater os 45 graus, é o que dizem as previsões.
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