A imagem de tempos passados traz diante de nós o espaço
fugidio no qual todas as coisas acontecem. Nada permanece e o que foi não será
de novo. Tudo muda e envelhece e se renova e isto é sem cura, dizia o poeta Sá
de Miranda no ano distante de 1500, quando tudo mudava com as grandes
navegações e a descoberta de novos mundos.
A passagem do tempo e a fuga dos anos escorrem como água no
leito dos rios. O que foi feito da beleza de Debra Paget, aquela bonita
adolescente morena e doce dos anos 50? Vi, outro dia, a entrevista de uma velha
senhora que dizia ser ela e com ela compartilhava a mesma biografia.
Os tempos morrem, como as pessoas. A cada ano uma sucessão
de estranhas vivências se acumulam de modo a não permitir que você se reconheça
nos episódios dos anos passados. Foram eles realmente vividos por você ou por
alguém que você não conhece e pode ou não ser você?
Um comentário:
Dias atrás, tive um choque ao assistir "Amor" e ver um dos meus ídolos da juventude (Jean-Louis Trintignant) devastado pelo tempo. Cruel esse Sr Tempo.
Abraço.
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