A maneira mais inteligente de criar uma identidade é ser o
que os outros acham que nós somos, parece ser a estratégia dos produtores de
vinho de Cahors. Depois de perder mercado para os argentinos, que desde logo
chamaram a uva típica de Cahors pelo seu antigo nome – malbec – os produtores
locais fizeram o mesmo e deixaram de chama-la “auxerrois”.
Uma nova estratégia de marketing encontra-se em andamento.
Depois de rebatizarem o vinho, foram lançados os tipos branco e rosé, para
acompanhar o gosto dos jovens. Degustações em feiras e eventos, folhetaria, cartazes
e redesenho de rótulos procuram reposicionar o velho vinho da região que se deu
tão bem na terra argentina.
O trunfo de Cahors na competição com a Argentina, que hoje é
o primeiro produtor mundial, é lembrar que foi em seu território que surgiram
as plantações da uva, ainda no tempo em que os romanos dominavam o país gaulês.
No começo, era apenas uma entre as várias espécies de bordeaux. Teve um período
de glória, depois caiu no esquecimento. Agora, ressuscita e quer deixar no
passado que malbec significou mal bec,
ou seja, mal para o bico, ruim para o paladar.
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