sexta-feira, 4 de agosto de 2017

Gaivota



O grasnar intenso da gaivota atravessa as cores de uma aurora vermelha acentuada de pincéis dourados. As águas do velho rio têm a cor de chumbo emoldurando o tempo dos edifícios nas duas margens que se defrontam. São duas cidades, uma de frente para a outra mas parecem e são apenas uma só, engrandecidas quando somam seus habitantes e a própria história que se perde no tempo.

São meses de verão, estes de agora. O calor é mais ameno, diferente daquele vivido em dezembro e no tempo do carnaval do Rio de Janeiro. Aqui se vive temperaturas opostas e o frio de dezembro faz lembrar a diferença dos trópicos. Nestes dias de agora, a presença do sol, o céu sem nuvens e a magia de uma cidade também atrai o povo de outras partes do mundo para a festa da vida.


O expatriado recorda outras paisagens que se confundem com esta agora vivida. Todas elas se juntam e se transformam numa viagem a cumprir suas etapas, investigando seus tempos, a explorar seus voos e mergulhar em seus abismos. Assim como estas gaivotas ribeirinhas grasnando no amanhecer desta cidade tão antiga como os confusos pensamentos humanos e tão bela como as cores dos seus labirintos.

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