Tempos antigos, imaginados mortos, insistem na memória.
Poeira de épocas passadas a insistir no presente, instantes redivivos que teimam
em permanecer. A vida é apenas o decorrer de momentos imprevisíveis, dirigidos
pelo acaso, ventos no redemoinho de pequenos acontecimentos.
Caminhar no poente levaria à noite, às madrugadas frias do
constante inverno onde, disse Fitzgerald, na noite escura da alma são sempre
três horas da manhã. Tempo em que geadas trazidas pelo vento se depositam na
escuridão das sombras pesadas de lembranças abandonadas.
Levantar-se, andar à procura da rosa da montanha. A chuva se
aproxima em fluxos repentinos, inunda as trilhas, traz cores intensas aos
crepúsculos em tons de luzes encarnadas. Talvez sejam auroras já perdidas. Lembram
a intensidade dos rios no interior de terras imaginárias. Mesmo na memória das
crianças o tempo insiste em confundir a calma de manhãs vividas.
Um comentário:
Adoro este seu texto, amigo Celso. É lindíssimo e tão pertinente. O passar dos tempos me intriga cada vez mais e ocupa meus pensamentos e as fantasias já vividas. É muito forte, essa passagem dos tempos e a re-passagem de episódios.
Postar um comentário