Às sete da manhã, nesta época do ano, ainda faz escuro no
Norte de Portugal. O tempo é frio e chove, às vezes. Ouço o canto das gaivotas
do Rio Douro e os pingos de chuva na vidraça da janela acentuam a indecisão da
paisagem que ainda se mantem mergulhada na densidade da noite. A gata chamada
Preta acompanha meus passos e segue o meu olhar que busca enxergar no espaço
escuro ocupado por árvores e construções antigas.
As gaivotas são um dos símbolos do Porto. São aves marinhas
mas povoam também o Rio Douro. Dele se alimentam, nele procriam e formam suas
colônias. Seu canto estridente soa sempre como um alerta, são mansas e não
temem a proximidade humana. Seguem os barcos, povoam as margens do rio.
Enquanto a manhã avança, a aurora começa a aparecer e minuto
a minuto ocupa lentamente o espaço da noite. A claridade tímida se embaralha
nas nuvens de cinza escuro e há um ritmo próprio do sol que começa a ocupar
todos os espaços, ilumina o que ainda restava sombrio, desponta sua luz dourada
e começa a mostrar a beleza intensa das águas, dos velhos edifícios e da torre
que se pode ver de qualquer ponto de onde se olhe pelos cantos desta cidade.
Um comentário:
Me teletransportei para o Porto ...
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