Hernán Cortez descobriu esta ave nos mercados astecas,
durante a conquista do México. A partir da ceia do Dia de Ação de Graças nos
Estados Unidos, o peru passou a fazer parte do Natal de vários países, entre
eles o nosso, onde essa tradição vem desde o século XVIII.
Em sua origem encontra-se o ritual do sacrifício de vidas
aos deuses das religiões. A mesa farta do dia 24 de dezembro compensaria também
as dificuldades vividas durante o ano.
O abate obedece por sua vez a uma espécie de rito. No Brasil,
inicia-se com o ato de dar um gole de cachaça ao peru para que ele possa morrer
descontraido e assim oferecer uma carne macia.
Meu amigo Mário recebeu da mãe a tarefa de sacrificar o peru
no Natal do ano passado. Deu-lhe um gole de cachaça, tomou outro e repetiu este
gesto algumas vezes. Apareceu depois com o peru vivo sob o braço. Informou a
todos que aquele era seu amigo, bebia em silêncio e bem comportado. Não merecia
morrer.
Um comentário:
Como ex-consumidor da malvada, da qual ingeri o bastante para encher várias piscinas olímpicas, entendi a amizade do Mário pelo novo amigo Peru.
E tem mais, sempre que sinto umas pontadas de inveja pelo seu humor e talento, lembro dos tempos de menino em que se dizia "inveja matou Caim na porta do botequim".
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