O fim de um ano e a chegada do outro com seu
aceno de esperança dirigem as emoções do mês de dezembro. Mas é de se perguntar
se há mesmo o que festejar. Há quem se alegre com o ano que passou e com o que se
aproxima. Mas uma réstia de consciência olha o entorno e não descobre causa de
alegria. Com a certeza de que os tempos a vir serão piores e fortalecerão as
fraquezas de um mundo que se prepara para a escuridão de uma nova Idade Média –
o colapso da inteligência, o ódio religioso, o nome de Cristo a justificar as iniquidades.
Vem à memória o que li certa vez, num outro
fim de ano, no jornal La Republicca, editado em Roma. Era um texto assinado por
seu editor naquela época, Eugenio Scalfari, depois de uma eleição que marcou a
ascensão da Direita na Italia e, como agora, foi palco de várias outras
tragédias: "questo anno terribilis che sta per andarsene col suo fardello
di sangue, di pianto, di aggravata miseria, di incertezze economiche e di piu
intense paure esistenziali"
Este ano terrível que está para ir embora
com seu fardo de sangue, de pranto, de agravada miséria, de incerteza econômica
e do mais intenso medo existencial.
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