domingo, 19 de fevereiro de 2017

O lado humano



Um governador e sua dama, o negociante que sentava entre os mais ricos do mundo, os políticos cheios de poder, os famosos, os belos e os festejados, sua queda e desonra não nos deixam esquecer do que somos feitos. Há uma substância invisível, estranha, obscura e má que traça linhas para o destino e reveste o coração dos homens.

A queda dos ídolos, a desgraça dos poderosos e a inútil fantasia da onipotência são testemunhos da condição humana. No seu tempo, Shakespeare gozava de enorme sucesso popular com suas peças que exibiam a fragilidade dos poderosos. Hamlet, Othelo, Macbeth, o Rei Lear, Ricardo III, eram todos aristocratas, distantes do povo, vivendo suas tragédias particulares.

Os grandes trágicos gregos mostravam também que nem os deuses estavam isentos das fraquezas e das quedas. Quando desmorona, o Olimpo dos dominadores deixa revelar que poder e dinheiro estão condicionados por mesquinhos sentimentos humanos. É quando o destino demonstra a miséria que existe na grande planície dos instintos sombrios.

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