Um governador e sua dama, o negociante que sentava entre os mais
ricos do mundo, os políticos cheios de poder, os famosos, os belos e os
festejados, sua queda e desonra não nos deixam esquecer do que somos feitos. Há
uma substância invisível, estranha, obscura e má que traça linhas para o
destino e reveste o coração dos homens.
A queda dos ídolos, a desgraça dos poderosos e a inútil
fantasia da onipotência são testemunhos da condição humana. No seu tempo,
Shakespeare gozava de enorme sucesso popular com suas peças que exibiam a
fragilidade dos poderosos. Hamlet, Othelo, Macbeth, o Rei Lear, Ricardo III, eram
todos aristocratas, distantes do povo, vivendo suas tragédias particulares.
Os grandes trágicos gregos mostravam também que nem os
deuses estavam isentos das fraquezas e das quedas. Quando desmorona, o Olimpo
dos dominadores deixa revelar que poder e dinheiro estão condicionados por
mesquinhos sentimentos humanos. É quando o destino demonstra a miséria que
existe na grande planície dos instintos sombrios.
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